Essa história que ou lhes contar é mais uma lenda baiana. Mais especificamente da cidade de Pojuca, contada para mim por uma digna representante do local.
Quando aconteceu, não soube ao certo. Mas faz tempo suficiente para os que viveram a história ainda passarem seus relatos nas famosas rodinhas de conversa.
Pojuca é uma cidade pequena. Daquelas em que todos se conhecem. Na época do fato, a coisa era mais íntima ainda. Foi nesse tempo que uma bela garota da região apareceu grávida. Ela não tinha namorado e era extremamente religiosa o que gerou estranheza na população. Logo as más linguas indicaram o possível pai. O próprio padre.
Após o nascimente da criança as coisas ficaram ainda mais evidentes. O garoto nasceu totalmente deformado... E como não bastassem as deformidades físicas, ainda era bem adoentado.
Os anos se passaram, o garoto crescendo com dificuldade e isolado da sociedade. Ninguém queria ficar perto daquele que era fruto de uma relação blásfema.
Então, quando as coisas pareciam não poder piorar, eis que vem a Lei de Murphy detonar com tudo. O garoto é acomentido de grandes convulsões.
-É o demônio! - diziam os mais exaltados.
-Ele está sendo possuído! - diziam outros.
Imaginem vocês, amigos...Em 1900 e bolinha, numa cidade pequena do interior da Bahia, um garoto deformado, com histórico de fruto de uma relação perniciosa, tendo convulsões?
Ninguém realmente iria pensar que fosse doença...
O fato é que , pouco depois, o garoto veio a falecer.
Como ainda costuma acontecer nessas cidades, o velório foi em casa mesmo. Normalmente esses velórios são cheios de gente literalmente velando o corpo e aproveitando para tomar um cafezinho, mas nesse caso ninguém apareceu. Todos ainda tinham medo daquele garoto. Com pouco tempo, os moradores da casa também cansaram e foram dormir deixando o corpo do menino descansando em seu caixão.
Foi quando as coisas começaram a ficar esquisitas. Sons estranhos vieram da sala. Algo se arrastava lentamente e os que ouviram decidiram não ver o que era...Apenas trancaram as portas de seus quartos esperando que a luz do dia levasse o provável mal que se encontrava na residência.
Então amanhece e pouco a pouco os residentes saem de seus quartos em direção à sala. Ao chegar, o susto. O garoto, em sua forma cadavérica, estava de lado e não deitado como antes.
Isso, no entanto, não explicava os sons ouvidos. Foi quando se aproximaram mais um pouco e viram...Uma enorme cobra dentro do caixão ao lado do garoto.
Foi um pega pra capar... Alguns tentavam tirar a cobra, que dava bote em quem se aproximasse...Outros oravam desesperados e outros tantos espalhavam a novidade pelas ruas.
A casa ficou cercada de gente que queria entender o que estava acontecendo.
-É o demônio vindo buscar a alma do garoto - diziam...
Até o suspeito padre foi à casa tentar ajudar.
O tempo passa e finalmente tomam uma decisão. Se a cobra não pode ser tirada...vai ser enterrada com o garoto. A porta do caixão foi fechada e este levado ao cemitério ao som horrendo do sassarico da cobra.
Ao se aproximar dos portões do cemitério, outro problema...Um grupo de carolas não deixou o cortejo entrar. Discutiam a validade daquilo. Como enterrar o demônio no mesmo solo que seus entes queridos? Como aquilo afetaria a "vida" dos mortos? E se o tinhoso pegasse as almas dos outros?
A discussão corria solta e no fim, ninguém tomou partido pelo enterro. Decidiu-se que o caixão seria enterrado do lado de fora.
O padre, exibindo seus conhecimentos em demonologia, disse que se ele fosse acorrentado do lado esquerdo de uma palmeira que jazia no lado de fora dos portões, o demônio não escaparia.
Então assim foi feito. O caixão foi envolvido por grossas correntes, enterrado e atado ao lado esquerdo da palmeira.
Com o término, a paz retornou à cidade.
A rua do cemitério nunca foi muito movimentada...Depois disso ficou praticamente deserta. O tempo passou e muitos já se esqueceram do ocorrido. No entando um hábito ficou e os mais novos repetem sem ao menos saber o por que.
Durante um enterro, a comitiva que acompanha o caixão costuma vir normalmente e tende a se espremer do lado direito do portão de entrada do cemitério ao adentra-lo.
Soube também que existe um grupo de pessoas que faz orações para o garoto no aniversário de sua morte. Alguns contam que é possível ouvir a cobra se espalhando dentro de sua cova se escutar com cuidado.
Obs:
A pessoa que me contou a história disse que essa palmeira ainda existe e a corrente é visível. Pedi que tirasse uma foto para postar aqui. Ela me disse que morre de medo de cemitério, mas vai tentar encarar. Assim que me trouxer, eu mostro para vocês!
12 comentários:
Hummmmmmmm... que coisa feia seu Cráudio...conta o milagre e não conta o santo né? Agora vou ficar esperando essa foto chegar.
Muito legal essa lenda, gosto delas, interior sempre tem dessas e ...piores.
Valeuuuu!!!
Quero ver a foto Tio Cláudio! >_<
eu moro em pojuca há 15 anos e nunca ouvi esse caso.
Esse caso é bem antigo, Raone. Procure saber dos mais velhinhos da cidade.
gosto de sua histórias.
eles me deixam muito confuso.
se é verdade ou é lenda.
aqui em belém ixiste muitas histórias dessas podia vim um dia colher algumas dessa seria bem interessante
ser contadas per você.
Eu tenho 38 anos, e desde que mim entendo como gente ouvi essa história.
Essa história a minha avó e amanhã mãe me contou. É a minha avó conheceu a mãe dele
Essa história a minha avó e amanhã mãe me contou. É a minha avó conheceu a mãe dele
Achei legal
Eu fui em pojuca e encontrei dentro do cemitério uma paide quebrada com correntes
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