quinta-feira, agosto 27, 2009

Curiosidades da internet: Findagrave e Velório Virtual

Find A Grave

Aproveitando a postagem anterior sobre Funerais, encontramos alguns sites muito interessantes relacionados a esse tema na internet e vamos descrevê-los para vocês.

Que tal uma forma de ver o túmulo de variadas pessoas no mundo sem sair de casa? Mórbido, não?

Existe um site que permite isso.

Seu nome é FINDAGRAVE.

A idéia do site foi de um carinha chamado Jim Tipton. O sujeito tinha um estranho hobby. Visitar cemitérios e procurar túmulos de pessoas famosas.

A coisa foi virando um vício e, em suas procuras na internet, ele percebeu que não havia nenhum site específico sobre isso. Então resolveu fazer um para registrar suas fotos de túmulos, aproveitando para incrementar alguma informação sobre o falecido.

Ele se surpreendeu com a aceitação do projeto. Centenas de pessoas ao redor do mundo visitavam diariamente e ainda procuravam formas de ajudar o site enviando fotos e informações sobre túmulos de pessoas famosas por todo o planeta.

A coisa ia tão bem que, cinco anos depois, ele resolveu expandir o site coletando informações sobre anônimos. Foi quando a coisa virou um negócio de verdade. O site agora tem administadores, fotógrafos, biógrafos...Tudo para organizar melhor e favorecer as buscas.

E como funciona?

Primeiro você entra no site. Cique AQUI e seja direcionado.

Na página inicial nós temos algumas colunas. A primeira "Find Famous Graves" é destinada a encontrar túmulos de pessoas famosas.

Possui várias opções como procura por nome, por local, pelo motivo da fama, por data, procuras mais populares, necrologia do ano (Pessoas famosas que morreram em um determinado ano).

Também possui formas de pesquisa interessantes como "Reuniões póstumas" (Posthumous reunions). Nela podemos pesquisar por determinadas categorias como por exemplo "Star Wars". Ai encontramos todas as pessoas famosas que participaram da franquia, mas já bateram as botas.




Ainda temos opções por procuras de Epitáfios e monumentos mais interessantes, além de outras de menor interesse.

Vamos explorar um pouco. Que tal ir direto na pesquisa por locais e procurar famosos do Brasil?

Nela encontramos apenas 25 ocorrencias. Entre elas podemos ver informações sobre Cazuza, Chacrinha, Santos Dumont, Carmem Miranda, Raul Seixas e Ayrton Senna.

Vamos escolher um deles para exemplificar. Vou para um bem conhecido meu, Raul Seixas. Já passei bons momentos no seu túmulo. No aniversário da sua morte é comum alguns fãs se reunirem junto a ele para tocar violão e beber a noite toda.

Clicando no seu nome, somos direcionados para uma página específica com sua data de nascimento e morte. Depois temos uma pequena biografia e o local onde está enterrado: Cemitério Jardim da Saudade, Salvador, Bahia, Brazil.

No lado direito da tela temos algumas fotos do falecido e de seu túmulo:



Logo abaixo do nome, vemos 3 abas. Na primeira, "Memorial", temos todas essas informações ditas antes. Na segunda, "Photos", vemos todas as fotos disponíveis. Aqui você pode até ajudar enviando algumas fotos para ajudar o site. A terceira aba se chama "Flowers". Nela você pode colocar alguma mensagem. Teoricamente é como se estivesse colocando flores no seu túmulo.


Considerações finais do Findagrave:

Apesar da tal morbidez da idéia, a coisa não passa a imagem de deprimência que se espera. O site é interessante e curioso.

Numa primeira visita você gasta um bom tempo procurando informações de várias pessoas. Infelizmente não temos uma boa quantidade de informações de brasileiros, principalmente de anônimos. De qualquer forma, qualquer um pode ajudar o site enviando informações na opção "Add Burial Records" . Para isso você precisa fazer um cadastro rápido antes.


Velório online:

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Ainda aproveitando a postagem e seguindo a dica do nosso amigo Baroni, gostaria de registrar outro site interessante relacionado a funerais. É o site oficial do Grupo Vila. Eles são uma empresa tradicional na realização de funerais no Rio Grande do Norte.

Em 2000 eles adotaram uma inovação no país. O "Velório Virtual". Nele, podemos acompanhar pela internet o velório de um ente querido em 4 ângulos diferentes. A idéia é interessante para aqueles que possuem parentes e amigos espalhados pelo país e querem que todos participem sem precisar necessariamente viajar para lá.

Também é possível enviar mensagens eletrônicas que serão entregues aos parentes presentes no velório.

As imagens ficam disponíveis sempre que alguém contrata o serviço. Nem sempre você vai entrar no site e ver um velório online. Em todo caso pode ser que dê "sorte" e encontre um.

Em São José dos Campos, interior de São Paulo, um serviço semelhante é oferecido pela Urbam (Urbanizadora Municipal de São José dos Campos).


Para isso entre no site, clique em "serviços" e por fim em serviços "funerários". Entre outras opções aparecerá "velório virtual". Entre alí e, se houver algum disponível ele aparecerá.

Velórios virtuais são opções interessantes nos dias atuais. Com a popularização da internet, cada vez mais fazemos amizades por todos os cantos do mundo. E quando partirmos dessa para o além, provavelmente poucos desses amigos virtuais poderão acompanhar. Com o uso dessa ferramenta, podemos fazer que essas pessoas se sintam um pouco mais perto.

Além de ser uma ótima desculpa:

- Poxa, você nem foi ao enterro de minha irmã!

- Não pude ir, mas acompanhei pela internet!


Funerais ao longo do tempo e das religiões



Morte. O rito de passagem por qual todos vamos ter que atravessar cedo ou tarde em direção à obscuridade imposta pelo destino. O que vem depois? Quem sabe? Mas é certo que essa dúvida vai ser resolvida algum dia.

Se, segundo a espiritualidade, para o sujeito falecido a morte é só um começo, para os que ficam ela é o fim. O fim de uma vida amiga. O fim da sua presença. O fim do contato natural.

E para marcar esse fim, nada mais justo que um ritual. Todas as culturas possuem algum tipo de regra para essa ocasião. Como a morte é a principal ligação do homem a um lado que ele busca entender incessantemente, as religiões ficam responsáveis por essa parte.

Diferentes culturas = Diferentes rituais

Cada cultura tem seu modo próprio de "celebrar" a morte. Mesmo dentro de uma mesma religião, existem formas diferentes de encarar essa última cerimônial.

Vou procurar ilustrar alguns dos rituais mais conhecidos (e outros nem tanto!)

Funeral Católico


É um dos mais conhecidos dentro de nossa cultura. O ritual se inicia com o chamado "Velório".

Neste ritual fúnebre, o corpo é colocado num caixão, se possível aberto, rodeado de velas. E assim passa por um período a depender da hora do enterro. Durante o velório os familiares e amigos visitam o corpo e fazem suas homenagens.

Acredita-se que a intenção original do velório era ter certeza que o indivíduo morreu mesmo. Como antigamente as ciências médicas eram limitadas ou inexistentes em alguns lugares, o velório dava mais um tempo para o possível defunto acordar e não ser enterrado vivo.

É costume dos católicos cantar músicas religiosas durante o enterro. Para eles, "cantar é rezar duas vezes". Existem músicas específicas para essas situações. Elas se chamam "Requiem".

Também é costume levar flores em ramalhetes ou coroas.

Para os católicos, tanto faz ser enterrado ou cremado.

Ah! Só como curiosidade, mesmo com o velório, alguns indivíduos ainda eram errroneamente enterrados vivos. Então criou-se o costume, em alguns lugares, de amarrar uma corda no pulso do defunto com uma sineta na outra extremidade. Após o enterro o coveiro costumava fazer vigília próximo ao túmulo e algumas vezes ouvia o sino tocar. Assim ele sabia que o cara tinha sido enterrado vivo e podia salvá-lo.

Foi assim que surgiu a expressão "Salvo pelo gongo".


Funeral Humanista

É um funeral realizado para alguém que seja Ateu, ou seja, não acredite em, Deus, Deuses ou qualquer coisa que venha após a morte. Para o Ateu: Morreu? Acabou!

O Funeral Humanista tem como objetivo apenas manter a lembrança do falecido dentro da mente dos amigos e parentes. Nada de "encaminhar a alma" do morto aos céus.

O Funeral Humanista pode ser conduzido por qualquer pessoa que tivesse um vinculo com o morto. Todas as referências de "Deus" ou "Vida após a morte" são eliminadas.

Dificilmente são realizados, pois os rituais são celebrados por quem fica e não por quem vai e é muito difícil que uma pessoa "não crente" tenha todo um grupo de amigos e parentes com a mesma convicção.

Funeral no Japão

Quase toda a totalidade (90%) dos Japoneses são enterrados segundo as tradições budistas. A cerimônia se inicia com o Wake, passando à cremação e, por fim, ao enterro na sepultura da família. Quase 100% dos japoneses são cremados. Isso tem até lógica pois gasta menos espaço para acomodar o morto e terreno é uma das coisas mais valorizadas no Japão.

O "velório" japonês se chama "Tsuya" e envolve todo um processo ritualístico. Até a forma que o roupão é colocado no morto deve seguir um padrão. A família recebe os convidados e serve uns petiscos simples, sempre fora do local onde está o falecido. Sempre fica alguém com o corpo durante a noite e uma vela deve estar acesa todo o tempo.

O dia seguinte é o da cerimônia fúnebre em si. Muito icenso queimado, muita recitação de "Sutra" (uma oração para acalmar o morto) e enfim, vamos para o crematório. O carro que leva o corpo é especial e tem um formato de casa de luxo. Em seguida o corpo é colocado no forno e, após o término, os ossos são colocados em caixas específicas para mais orações.


É a hora da cachaça! Agora todos vão à casa encher a cara e falar bem do falecido. Em outra oportunidade as caixinhas serão levadas ao túmulo definitivo.

Funeral Judaico


O funeral do judaísmo tende a ser o mais simples possível. Inicialmente temos o "taharat" que é um ritual para limpar o corpo do falecido. Com isso se busca a purificação. Em seguida se veste o corpo. Todos são vestidos com uma mortalha brança. Busca-se com isso eliminar diferenças sociais, já que na morte somos todos iguais.

O enterro ocorre o mais rápido possível após a preparação. O corpo é colocado num caixão de madeira simples e levado para o enterro. Esse caixão não deve mostrar o corpo, pois a exposição dos restos mortais é proibida. Por esse mesmo motivo não há velório.

Os mortos judeus devem ser enterrados litaralmente na terra nada de câmaras mortuárias nem concreto. A cremação é estritamente proibida.

Também são evitados coisas como flores ou incensos. Eles acreditam que esses eram artifícios antigos para disfarçar o cheiro do cadáver. Hoje não são necessários.

O enterro em si também segue um ritual. Uma das características mais interessantes é uma espécie de "demonstração de dor". Nela, parentes mais próximos rasgam um pedaço da própria roupa.


Funeral hindu


Na Índia o funeral envolve duas coisas básicas. Crema-se o cadáver e se joga num rio, de preferência o Ganjes.

O problema é que a maioria da população não pode pagar uma cremação completa. Então queima-se o corpo numa fogueira e joga-se os restos no rio. Algumas vezes o corpo é jogado sem mesmo queimar.

Esse tipo de hábito gera um sério problema de saúde pública na India pois eles usam o tal Rio Ganges para tudo. Tomam banho, jogam esgoto, são "batizados", bebem sua água, nadam...Isso tudo junto aos corpos em decomposição.



Funeral Viking


Os Vikings tinham uma forma legal de funeral, sempre envolvendo cremação.

Se o guerreiro fosse morto em batalha e não tivesse água por perto, seu corpo era queimado numa grande fogueira.

Mas se houvesse água, o corpo era colocado numa embarcação, ateado fogo e lançado ao horizonte.

Os bens pessoais do Viking também eram queimados. Nesses "objetos" podemos incluir animais de estimação e escravos.


Funeral Índigena


Como existem várias tribos e, cada uma delas com seus rituais próprios, resolvi escolher apenas um para ilustrar.

Vamos falar do ritual fúnebre dos índios Bororo.

A cerimônia deles chega a levar 3 meses pois é necessário uma completa putrefação da carne para a fase final!

Inicialmente o morto é colocado numa cova rasa no pátio da aldeia.

Diariamente os corpos são regados para acelerar o processo de decomposição. Vários rituais são realizados com muita dança, comida, bebida e apresentações teatrais.

Uma dessas apresentações é uma espécie de caçada, onde o índio que representa a alma do morto deve matar a fera "Mori".

Quando se completam aproximadamente 3 meses o corpo é exumado, levado para um rio e os ossos são lavados para remover todo o resto de tecido putrefato que existir.

Depois esses osssos são colocados em cestas e levados para a aldeia onde são pintados.

Por fim, a cesta com os ossos pintados é levada a um rio, afundada na parte mais profunda e presa por um pau, que fica com a ponta fora d'agua. Esse local é chamado "morada das almas".



Funeral muçulmano


Tudo começa no momento da morte. Se o sujeito estiver a beira do falecimento, deve virar para Meca e recitar uma oração a Alá. Se ele não conseguir dizer, um parente pode fazer isso por ele.

Assim como os Judeus, os Muçulmanos tentam fazer o sepultamento o mais rápido possível. Morreu pela manhã? Enterra antes de anoitecer. Morreu pela noite? Enterra pela manhã bem cedo.

A preparação do corpo inicia com um banho ritualístico chamado "Ghusul". Depois são cobertos por um lençol branco e colocados numa espécie de esteira e levados ao cemitério. Alguns são levados em um caixão mesmo, mas não é tão comum. Se o morto for considerado um "Sharid" (uma espécie de herói de guerra religiosa), ele não passa pelo Ghusul e é enterrado com a própria roupa do corpo.

A cova é cavada bem funda e o cerimonial é rápido e simples.

Enterro de Esquimó

Quais são esquimós Enterro Alfândega

Esse é interessante. O Esquimó assim que morre deve ser colocado no chão. Só assim sua alma pode encontrar o além vida.

Mas se a pessoa morre por causa de alguma doença, seu corpo é desmembrado e cada parte é jogada em um lugar diferente.

A depender da localização do esquimó ele pode ser cremado, lançado ao mar ou enterrado. Neste último caso uma pilha de pedras é colocada em cima para marcar o lugar.


Considerações finais


O funeral tem a capacidade incrível de beatificação. Todo mundo vira "santo" após a morte. Por mais que a pessoa fosse um crápula em vida, de alguma forma ele fica menos cruel no ritual. Políticos viram pessoas honestas; ladrões, coitados... Suas condutas foram culpa da sociedade; o feio fica bonito. Até o Rubinho Barrichello após a sua morte vai perder a fama de azarado e ganhar status de herói brasileiro.

Para encerrar gostaria de dizer uma frase que a muito tempo li numa propaganda de roupas:

"Aproveite seu corpo enquanto ele é diferente pois um dia seremos todos iguais!"

terça-feira, agosto 25, 2009

Tarot Mitológico - por Mônica Lemos

 Tarot Mitológico (também conhecido por Tarot Mítico)

Olá, CSanos! Eu, seu amigo sobrenatural Dr. Claudio Gaspari, continuo percorrendo o mundo virtual em busca de curiosidades e conhecimentos para vocês.

Desde que o mundo é mundo, o homem tenta criar formas de saber o que se passará no futuro.

Praticamente todas as religiões aceitam isso de alguma forma. No caso das religiões as previsões obviamente são coisas mais globais e associadas ao fim do mundo e coisas parecidas. Mas...E se eu quiser saber do futuro de um indivíduo?

Uma das formas mais difundidas e conhecidas é o Tarô (Tarot).

Eu ia preparar um texto para vocês, mas fizemos melhor. Para quê perder tempo pesquisando se dentro de nossa comunidade existe uma taróloga? Quem melhor para falar disso?

Então abrimos espaço no blag para que ela possa nos contar sobre o Tarô, em especial o Tarô Mitológico.

O texto abaixo foi um brinde de nossa Taróloga oficial Mônica Lemos ( e eu não meti o bedelho em nada!)


Tarô Mitológico

As origens das cartas do Tarô, ou seja, quem as teria imaginado, onde , quando e com que objetivo, ainda são muito vagas e obscuras, a despeito de inúmeros livros e artigos que vêm ao longo do tempo tentando iluminar as trevas que lhe circundam.

O encanto das cartas é mantido não apenas pelos livros sobre ocultismo bem intencionados e corretamente formulados, mas também pelo fascínio que elas continuam exercendo sobre as pessoas em geral.

Muitas já tentaram ridicularizar a leitura do Tarô, comparando-o à bola de cristal, leitura de folhas de chá em feiras livres. Mas a verdade é que o Tarô vem prendendo a atenção dos homens por aproximadamente 500 anos e estima-se por mais uns 1000 anos (Se não morrermos todos de gripe suína - fato!)

Brincadeiras a parte, esse fascínio das pessoas pelo Tarô é algo forte. Muitas delas se consideram "ocultas", "sobrenaturais", o que na verdade não o são.

O Tarô está a disposição de quem quiser adquirir as cartas e se dispor a desvendá-las, ou seja, estudá-las bastante (eu faço isso a 19 anos e ainda acredito que não descobri tudo!)

Bem, voltando a sua origem, alguns estudiosos acharam resquícios das mesmas na metade do século XV, lá pela Europa. Outros tantos acreditam que elas apareceram em rituais religiosos e nos símbolos do antigo Egito. Outros crêem que elas vieram dos cultos misteriosos dos Mitras, nos primeiros séculos da Era Cristã e por ai vai, um monte de credos e achismos. Mas a verdade é que as primeiras cartas foram desenhadas e pintadas em meados do séc. XV na Itália.

Pulando um tanto de lero-lero e disse-me-disse, vamos ao que importa:

O Tarô que eu particularmente estudo, gosto e respeito é o Tarô Mitológico. Ele foi desenhado de acordo com as imagens dos deuses gregos, (tão amados pelos renascentistas e por mim que as acho lindíssimas).

As ligações entre os fatos de nossa vida cotidiana e o Tarô não existem porque há um significado associado. É o que queremos dizer com o nascimento, a morte e a puberdade enquanto experiências internas e externas.

São 22 cartas denominadas Arcanos Maiores, compõem uma série de imagens que descrevem diferentes estágios de uma viagem. Os Arcanos Maiores descrevem tanto o momento interior do indivíduo num determinado trecho da vida, bem como a espécie de experiência que ele poderá encontrar na vida a nível externo. As cartas representam tão somente a psique humana, que contém coisas muito profundas, sobre as quais muito pouco sabemos e parecem estar ligadas ao mundo externo por meio de algum significado.

Nas cartas encontramos as experiências fundamentais da infância - os pais conhecidos e os pais interiores do espírito e da imaginação - nas cartas do Mago, da Imperatriz, do Imperador, da Sacerdotisa e do Hierofonte.


Podemos reconhecer os conflitos e as paixões dos adolescentes dentro de nós, nas cartas dos Enamorados e do Carro.


Seguindo, iremos nos encontrar com os tribunais da vida, com os julgamentos, com os grandes desafios e tomadas de decisões, nas cartas da Justiça, da Temperança, da Força e do Eremita.

Atravessamos crises, perdas e súbitas mudanças de vida, pela carta da Roda da Fortuna. E sofremos o desalento e o desespero, nas cartas do Enforcado e da Morte.


Acompanhamos o Louco em confronto consigo mesmo, na qualidade de arquiteto da própria vida nas cartas do Diabo e da Torre.


E das trevas profundas, nasce então a esperança através das cartas da Estrela, da Lua e do Sol, quando a luz vence a escuridão e nos reconciliamos com a vida pelas cartas do Julgamento e do Mundo.


Todas as cartas dos Arcanos Maiores são ritos de passagem.

E agora vos apresento muy desabutinadamente: Os Arcanos Menores: 4 Naipes. (Só não vale jogar truco com elas certo?)


Simbolizados pela taça, bastão, espada e pentáculo, que representam as experiências nas 4 dimensões ou esferas da vida.

As cartas da corte de cada naipe: Pagem, Cavaleiro, Rainha e Reis abrangem os tipos de personalidades dos consulentes.

As cartas da corte têm seus mistérios porque quase sempre entram na vida do indivíduo não apenas sob a forma de uma experiência anterior, mas sob a forma de pessoas propriamente ditas.

O naipe de copas corresponde ao elemento água = Vida. Parte sentimental.

O naipe de Paus corresponde ao elemento fogo = o transformador. A parte da imaginação e da criação.

O naipe de Espadas corresponde ao elemento Ar = o Divino. O poder da mente.

O naipe de Ouros corresponde ao elemento Terra = a estrutura, o corpo. A parte da riqueza, pobreza, avareza, caridade. etc.

Copas aborda o mito de Eros e Psiquê por ser uma estória de amor arquetípica e cujo desenrolar compreende a maioria das experiências que encontramos em nossos próprios relacionamentos.

Paus, é examinado o mito de Jasão e o Velocino de Ouro, por ser arquetípicamente (adorei essa palavra!!!) estória de aventura, triunfo da criatividade e da intuição sobre as limitações concretas. O desenrolar da estória compreende a maioria das situações que encontramos ao nos empenharmos na expansão de nossa própria criatividade.

Espadas, acompanhamos o mito de Orestes e a maldição da Casa de Atreu, por ser uma estória arquetípica dos usos e abusos da mente, dos conflitos, das brigas e reconciliações. O desenrolarda história compreende a maioria dos conflitos que encontramos sempre que temos que acionar nosso código de ética e nossos princípios.

Ouros, vamos investigar o mito de Dédalo, por ser uma estória arquetípica sobre o destino do espírito encarnado, do homem imperfeito, e seu desenrolar abrange o desenvolvimento das aptidões e das habilidades do indivíduo no mundo das formas.

Enfim, para quem quiser se enfiar nessa viagem maravilhosa que é o estudo do Tarô, meu conselho é o seguinte: Respeito pelas cartas. Mantenha-as sempre embrulhadas em seda preta (por ser preto uma cor neutra - vai mantê-las sem vibrações nenhuma). Não permite que ninguém as manipule - a não ser você, evitando assim, impregnação de energia alheia em suas cartas.

Finalmentes...

Trabalhando com as cartas do Taro, sempre corremos riscos. Por isso temos que nos manter com ética e coerência, pois estamos numa área polêmica e fascinante.

Aquela que tira as cartas de taro trabalha não apenas com o simbolismo que cada carta tem, mas também com o imaginário e com as esperanças da consulente.

O imaginário e as esperanças desta consulente são sentimentos humanos delicados se partirmos do princípio de que, para que essas pessoas recorram ao taro, elas estão buscando uma solução para uma angústia ou problema, além de uma saída para ambos.

As questões sempre giram em torno de um possível amor, emprego, enfim, de um desejo e da realização deste. Surge então um momento delicado caso as cartas indiquem que o resultado é algo que a pessoa não espera ou anseia.

A resposta, neste caso, deve ser explorada de maneira neutra, ou seja, não use meias-palavras ou “rodeios”. A pessoa que está buscando esta resposta não ouve de forma objetiva, mas sim, emocional. O resultado disso pode ser uma escuta parcial do que você disse e uma interpretação distorcida do significado para que este se aproxime dos desejos dela.

Existem momentos em que as cartas nos parecem tão claras que ficamos tentados a falar demais ou sem cuidados e isto pode trazer problemas.

Sempre é bom lembrarmos que todos os arcanos têm uma interpretação positiva e uma negativa, mesmo que uma prevaleça na maior parte dos casos.

Também faz parte dos nossos desafios saber que tudo o que o tarot traz está sujeito a mudanças, seja a partir de uma reavaliação do cliente, seja por fatores inesperados, o que é marcado por cartas como a Torre e a Roda da Fortuna.


Além disso, sempre existem outras possibilidades que não foram levantadas pelo consulente. É aí que entra a humildade: podemos conhecer muito sobre o tarot, mas existem coisas que são trazidas pelo momento de vida e muitas vezes estão escondidas, pois não podem ser mudadas.

O destino é soberano! Independente das cartas ou dos anseios da consulente, existe o livre-arbítrio que podemos, sim, revelar num momento de angústia.

Como Taróloga, acredito no valor do desafio em ajudar as pessoas a se conhecerem melhor, a descobrir características ocultas, restrições e limites. Uma taróloga nada mais é que um instrumento do destino.

sábado, agosto 22, 2009

Teratofobia

O medo. Algo tão puro e simples que faz qualquer ser humano paralizar. Não existe uma só pessoa que não tema algo, seja natural ou sobrenatural.

O medo causa nos homens uma série de reações no organismo tanto físicas quanto psicológicas, na maioria das vezes facilmente identificáveis.

Ao receber o estímulo, o organismo libera uma descarga de adrenalina e outros hormônios, que fazem aumentar os batimentos cardíacos e deixa o corpo em estado de alerta extremo. A intenção básica do medo é deixar o corpo preparado para qualquer coisa, como uma fuga, por exemplo.

No chamado "estado de pânico" estamos em alerta total. As extremidades do corpo perdem a sensibilidade. Isso é importante para que, numa fuga, pequenos cortes sejam ignorados. A acuidade visual melhora, a força física aumenta e estamos prontos pro que der e vier.

Falando assim até parece que o medo é uma coisa boa. E é, na verdade, se considerarmos essa tal situação de fuga. Mas e quando esse medo não é gerado por algum estímulo imediato?

E quando esse medo se encontra na nossa mente de forma crônica atrapalhando consideravelmente a vida social do indivíduo? É quando o medo deixa de ser um benefício e se torna uma patologia.

O sinônimo de "medo" é "fobia". Este último é usado como sufixo nessas tais patologias. Por exemplo: Se você sentir um medo crônico da minha pessoa você provavelmente tem Claudiofobia. Bonito, não? Ok, mas não saia correndo agora. Termine de ler o texto.

As tais síndromes do medo são inúmeras. Você pode sentir medo crônico de qualquer coisa, desde galinhas à poeira. Como existem as situações mais comuns elas foram identificadas e estudadas por psicólogos para ajudar esses indivíduos acometidos por elas.

Hoje quero tratar de um caso específico:

A "Teratofobia"

Nome estranho, não? Pois a Teratofobia é o medo crônico, que atinge a mulher grávida, em gerar um monstro.


A palavra vem do grego "teratos" que significa monstro ou deformidade.

Essa patologia também se estende aos que têm medo de pessoas com deformidades, mas quero me ater ao primeiro caso, que é mais frequente.

Imagine a situação. A mulher está grávida e vai ficar perto de nove meses com um pequeno ser sendo gerado dentro de si.

Durante esse ciclo, vários exames serão feitos no famoso pré-natal. A maioria desses tem como objetivo descobrir se existe algo errado com o feto.

Então, é claro, sempre existe a apreensão do casal, em especial da mãe, em saber se seu filho será portador de alguma deformidade.

É um medo normal e compreensível. Todas as mães vão passar por isso.

O problema é quando esse medo se torna prejudicial, levando perigo à mãe e ao próprio bebê.

Algumas mães chegam a somatizar o medo, tendo dor de cabeça e febre só em pensar na criatura que pode estar gerando.

A depender do grau podem chegar ao cúmulo de tentar abortar enfiando agulha na barriga para destruir o monstro... Ou acabando com a própria vida.

A Teratofobia é bastante explorada em filmes de terror.

É aconselhável que uma mulher no estado de gravidez evite esse tipo de distração para não entrar em paranóia.

Assim sendo reuni uma lista de filmes que sinceramente desaconselho para uma gestante, pois enfocam ou estimulam, direta ou indiretamente, a Teratofobia. As descrições contém alguns Spoilers, então se não quiserem saber detalhes, não leiam:


  • Nasce um monstro ( It's Alive - 1974)

Um casal tenta, com dificuldades, ter um segundo filho. Quando finalmente conseguem, a mãe se queixa constantemente que "algo" não está bem. De qualquer forma levam a gravidez até o fim. O pesadelo começa logo no parto. A criança que surge é uma aberração...e com sede de sangue.
Logo ao literalmente rasgar seu caminho ao nascimento, o "monstro" trucida toda equipe médica e foge pelos dutos de ventilação do hospital.


A coisa é feia! A polícia começa uma caçada ao bebê (falando assim parece comédia) e a família passa a ser atormentada pelas consequências da situação. O marido perde o emprego, a mulher fica meio lelé, repórteres enchendo o saco constantemente...E o bebê monstro seguindo sua fuga desesperada e sem destino chacinando quem aparece no seu caminho.


É quando o pai resolve que a situação da sua família só vai melhorar depois que o mosntro for morto. Então passa a ajudar a polícia no encalço do seu próprio filho.

O filme não deixa claro o porquê da criança ter nascido daquele jeito, mas insinua que foi por algumas medicações tomadas pela mãe durante a gravidez.

Assisti esse filme quando criança e me dava calafrios justamente por quase não mostrar a tal criatura. O filme teve duas continuações e estão preparando a refilmagem para breve.

  • A Volta do Monstro (It's Alive Again - 1978)


No fim do primeiro filme, ficamos sabendo que outra criança nasceu com o mesmo problema em outra cidade. É o estopim. A coisa começa a ficar comum e existe até um grupo de médicos unidos para destruir o "mal" assim que nascesse.

Já o pai da criança do filme anterior, arrependido pelas consequências do passado, resolve ajudar os pais que quisessem esconder seus filhos deformados dessa organização. Acabam salvando 3 crianças, mas elas escapam e a carnificina começa novamente.

Ainda houve um terceiro filme chamado "A ilha dos monstros", mas eu não vou comentar muito por não ter tanto a ver com o tema. De qualquer forma, como curiosidade, neste último as últimas crianças com as deformidades são enviadas a uma ilha isolada onde crescem e constroem sua própria comunidade...até que recebem a visita de um grupo que foi estudá-los e viram sanduíche nas mãos dos já desenvolvidos garotos . Este filme é uma porcaria sem tamanho.



  • Alien, o 8º passageiro ( Alien - 1979)

Como assim, Dr. Claudio? o que o filme Alien tem a ver com Teratofobia?

Simples, caros amigos. Se vocês assistiram a pelo menos um dos inúmeros filmes da franquia, sabem da forma que os pequenos alienígenas nascem após a incubação no organismo humano.

Eles rasgam o ventre do indivíduo hospedeiro matando a vítima.



Essa cena é demasiada forte para uma mulher grávida pois se assemelha ao nascimento de um bebê.


  • O Bebê de Rosemary ( Rosemary's Baby - 1968)

Um dos maiores clássicos do terror , e por que não, do cinema mundial.

A história de Rosemary é a perfeita alusão à teratofobia.

Rosemary, recém casada, se muda para um novo apartamento com o seu marido. A felicidade da gravidez acaba se tornando um sofrimento quando começa a ter pesadelos e acredita numa conspiração de todos ao seu redor para tomar a criança para uma religião satânica.


Após o nascimento da criança, uma terrível surpresa. Ela nunca foi filho de seu marido e sim o próprio filho do demônio. Por fim ela acaba convencida a ser a mãe do filhote de Lúcifer.

Uma curiosidade. O filme é de Roman Polanski. Um ano após o lançamento, sua esposa, a atriz Sharon Tate foi assassinada pela "Família Manson" num evento já descrito aqui no Blag no texto chamado Helter Skelter. A polêmica foi tão grande que alguns doidos por conspirações atribuem a sua morte à maldição do filme que seu marido realizou.


  • Grace (2009)

Um filme mais recente que mostra a história de uma mãe bastante "natureba". Ela quer que toda sua gravidez se dê da forma mais natural possível.

O problema é que ela sofre um acidente e seu bebê acaba morrendo ainda na barriga. Ela decide, no entanto, não realizar o procedimento médico para remover o cadáver e resolve esperar a natureza fazer sua parte, expulsando-o por si mesmo.

Mas não é que a criança nasce viva? Só que rapidamente a mãe percebe que não é um bebê normal. Se recusa a beber leite... Mas tem sede de sangue.

O filme é tão forte que tem vários relatos de gente desmaiando nos cinemas.


  • O Bebê Maldito (The Unborn - 1991)

Um casal com dificuldades de engravidar procura uma clínica médica para poder ajudá-los.

A coisa funciona, mas eles acabam descobrindo que a criança que geraram é uma aberração, transformada por manipulação genética.

Esse filme lembra muito o "Nasce um Monstro", mas focaliza as assustadoras transformações sofridas pela mãe durante a gestação, sendo particularmente mais forte no quesito teratofobia.

O filme teve uma continuação em 1994, mas foi bem fraca enfocando a saga de uma mãe tentando destruir a organização que faz os experimentos genéticos e sua tentativa de destruir todos os bebês "monstros" antes que dominem o mundo.


  • A Mosca ( The Fly - 1986)

O filme enfoca a história de um cientista que acaba por se transformar lentamente numa enorme mosca após uma experiência desastrosa no campo do teletransporte.

Outro filme estranho de estar aqui nesse texto, não? Na verdade ele só está aqui por uma cena.

Verônica, a namorada do cientista, descobre que está grávida e a concepção foi após a experiência. Então ela fica com um medo terrível de estar gerando um monstro. Esse medo culmina com um sonho onde ela dá a luz a uma larva de mosca gigante...

Nojento!!!






Eis que chegamos ao fim de mais um texto do nosso blag. Espero que tenham gostado.

E grávidas... Aceitem meu conselho e passem longe desses filmes. Na verdade não era nem para vocês estarem lendo isso aqui... Saiam da internet e vão ouvir uma música!!!

quarta-feira, agosto 19, 2009

Zumbis


Aproveitando o texto anterior, vou falar sobre essa criatura clássica que é fonte de medo e destruição no mundo (pelo menos nos filmes).

Os Zumbis!

Para explicar melhor o que são os zumbis é necessário fazer uma distição entre algumas espécies.

Existem basicamente 3 tipos de Zumbis. Vou chamá-los de "Zumbi Vodu", "Zumbi Romero" e "Zumbi Infectado".

  • Zumbi Vodu


Nós já comentamos sobre esse tipo de Zumbi no texto sobre a Religião Voodu. Teoricamente foi o primeiro conceito de Zumbi criado. Nesse caso o indivíduo zumbificado é um amaldiçoado.

Como funciona?

Tudo começa quando um sacerdote (Boko ou Bokor) resolve zumbificar um indivíduo. Ele precisa que a pessoa esteja entre a vida e a morte para a magia começar. As técnicas de zumbificação são secretas e envolvem uma série de produtos apenas conhecidos pelos sacerdotes. Acredita-se que, além de variadas ervas, alguns venenos encontrados em peixes sejam usados na fórmula.

Com a maldição feita, o Sacerdote aprisiona a alma do pobre coitado numa garrafa. O cadáver levanta da tumba e vira uma criatura totalmente desprovida de vontade própria obedecendo apenas as vontades de quem o zumbificou.


Esse é o tipo mais inofensivo de zumbi. Como é facilmente controlado, só se torna perigoso se essa for a vontade do sacerdote.

E sabe o que é o pior de tudo? É provavelmente o único tipo de Zumbi verdadeiro. Eles existem mesmo, em especial no Haiti, terra onde a religião Voodu é mais praticada.

Como assim? O cara realmente aprisiona a alma do sujeito?

Na verdade não. Acontece o seguinte:

O sacerdote usa uma droga capaz de induzir um estado de catalepsia no indivíduo. O medicamento é tão potente que clinicamente ele é considerado morto e consequentemente enterrado.

Depois, o sacerdote cava o túmulo e retira o cara de lá. Nesse momento duas coisas podem acontecer. Ou ele fica zumbificado por falta de oxigenação no cérebro, ou o sacerdote continua drogando até que o resultado da lesão cerebral se torne irreversível.

De uma forma ou de outra o Zumbi Vodu se torna um indivíduo abobalhado e praticamente sem vontade própria.


Existem alguns filmes do gênero, mas o melhor de todos sem sombra de dúvida é o "A Maldição dos Mortos Vivos" (1988) de Wes Craven. Ele é baseado na história real de Wade Davis, botânico enviado ao Haiti por uma empresa farmaceutica para descobrir as substancias usadas na zumbificação. A empresa acreditava que descobriria um potente anestésico, o que realmente aconteceu. Ele se chama tetradoxina e pode ser encotrado em alguns peixes e algumas rãs. Wade também escreveu um livro chamado "A serpente e o arco íris" onde relata sua viagem.

Só para você saberem, a primeira foto usada após o subtítulo é de uma zumbi real. Uma mulher chamada Zora que foi alegadamente zumbi por 29 anos.

  • Zumbi Romero
serpent-rainbow.jpg image by ohsotasty

Assim os chamei em homenagem a George Romero, o cineastra responsável pela fixação da mitologia existente na maioria dos filmes. A história criada por Romero foi ampliada por outros diretores e se uniram na mente popular. Então vou fazer um mix para exemplificar melhor.

Os Zumbis Romero são literalmente cadáveres reanimados por compostos químicos. Nessa mitologia, o exército americano criou uma arma química na forma de gás (Alguns chamam de Trioxina) que tem o poder de reanimar células vivas. O real objetivo é motivo de conflitos. Alguns acham que os cientistas queriam criar supersoldados, mas os efeitos colaterais transformaram as cobaias em zumbis. Outros acreditam que a intenção era usar o gás em guerras no território inimigo. Imagine o estrago que ia fazer num campo de batalha! Você mata o inimigo, reanima seu cadáver e manda em direção aos "amigos" dele.

Como a coisa saiu de controle também é motivo de discussão. A maioria acha que a arma nunca foi usada em batalhas reais, mas alguns tambores com a substância acabaram extraviando durante o transporte a vazaram.

O gás liberado acordou os mortos de um cemitério e estes começaram a carnificina.

De alguma forma as pessoas mortas por esses Zumbis Romero também se transformam em criaturas e a coisa se espalha progressivamente.

As características principais são: Andar lento, irracionalidade, fragilidade corpórea e uma fome excessiva visando o canibalismo. Todas as partes do corpo da vítima são apetitosas, mas os Zumbis Romero tem uma preferência por cérebros fresquinhos. Nham!!!

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A única forma eficiente de "matar" de vez um Zumbi Romero é causar um dano no cérebro ou decapitar a criatura. Não adianta nem desmembrar, pois ele continua atacando. Queimar também é eficiente mas demora para fazer efeito e acredite, você não vai ter muito tempo para esperar numa situação como essas.

Um Zumbi Romero sozinho é fácil de derrotar, mas eles costumam andar em bando, o que torna a situação um pouco mais difícil.

A maioria das criaturas não apresenta nenhum tipo de racionalidade, mas com o tempo podem desenvolver algum tipo de instinto mais avançado e até coordenar ataques.

Os nomes mais importantes na criação dessa mitologia foram o já citado George Romero, Lucio Fulci, Dan o' Bannon e Tom Savini. Segue abaixo o nome de alguns filmes com os Zumbis Romero:

"A Noite dos Mortos Vivos" (1968), "Madrugada dos Mortos" (1978), O dia dos mortos (1985), Terra dos Mortos (2005), Zumbi 2 (1979), O retorno dos mortos vivos (1985)

  • Zumbi Infectado

Estes estão cada vez mais frequentes nos filmes. Não são exatamente mortos vivos. São seres humanos infectados com algum tipo de virose (Normalmente o vírus da raiva). Essa doença os tira a humanidade e os transforma em seres incapazes de raciocinar. Agem por instinto e a única coisa que se interessam é comer.

Por algum motivo eles só se interessam por carne humana. Animais costumam ser poupados.

exterminio 2

Como são apenas humanos doentes, podem ser mortos por qualquer coisa convencional. Mas a famosa "Bala na cabeça" ainda é a melhor opção por que eles tem uma resistência considerável a dor e tiros em outras partes do corpo pode demorar para paraliza-los de vez.

Outra característica é a velocidade. Diferentes dos Zumbis Romero, os Zumbis Infectados são como animais furiosos. São muito velozes e não param por nada.


A quarentena bem sucedida tem uma chance maior de funcionar contra esse tipo de zumbi pois eventualmente morrerão de fome. No entanto é muito mais difícil conter os Infectados pois são mais fortes e possuem a já citada velocidade.

Existe uma quantidade menor de filmes com os Zumbis infectados, mas parece que essa vai ser a tendencia a partir de agora: Exermínio" , "Extermínio 2", "REC" e sua refilmagem "Quarentena". Os Zumbis da refilmagem de "Madrugada dos Mortos"(2004) também apresentam características semelhantes, mas são uma mistura entre os dois tipos de Zumbis (Romero e Infectados).





O estudo trata da sobrevivencia da humanidade. Mas vou focar agora na sobrevivência individual e dar as dicas de como você pode se manter num cenário desses. Sigam à risca e provavelmente vão durar alguns anos antes de se tornarem comida de zumbi.

"Guia de Sobrevivência a Zumbis - por Claudio Gaspari"

Capítulo 1 - Saiba onde está se metendo!

A primeira coisa a fazer numa infestação zumbi é identificar o tipo de ameaça em que você se encontra. Isso vai ser definitivo para saber que atitude tomar. Sempre observe as notícias nos jornais. A coisa sempre costuma aparecer como "revoltas sem sentido" em diferentes partes da cidade. Isso já pode ser um indício. Se a reporter ainda comentar algo sobre "mordidas"... Levante rápido!

O governo sempre tenta minimizar o acontecido enquanto tenta conter a ameaça zumbi, então se aparecer na TV um representante oficial em entrevista coletiva acalmando a população, fique de orelha em pé. Se for o próprio presidente, é a hora de cair fora!


O próximo passo é descobrir o tipo de zumbi que você está enfrentando. Vamos descartar os Zumbis Vodu, pois esses não são ameaças reais à humanidade. Pode ser à "sua" humanidade, mas é só se manter afastado de sacerdotes Voodus no Haiti.

Então vamos nos ater aos outros dois tipos. Como a principal caracaterística que os difere é a velocidade, veja se eles estão correndo ou andando. Vai ser de fundamental importância descobrir se está lidando com doentes ou mortos vivos.

Uma forma fácil e perigosa de saber isso é se aproximando de um cemitério. Se tiver gente saindo da cova, não tenha dúvidas. É morto-vivo!

Capítulo 2 - Preparação

É sempre importante estar preparado para tudo. Vou dar sugestões de como você deve se portar frente a ameaça Zumbi. Se você é paranóico pode até deixar um Kit pronto para eventualidades.

De qualquer forma algumas coisas são importantes. Suas roupas devem te proteger o máximo possível. Dê preferência a calças jeans, jaquetas de couro e tênis. Luvas também são apropriadas e se possível use algo para proteger seu pescoço. Fica esquisito, mas acredite. Você não vai querer estar na moda dessa vez.

Tenha sempre em casa uma mochila. Vai ser fundamental para carregar o básico. Umas garrafinhas de água, Chocolate (o açúcar é energético), um rádio, pilhas, fones de ouvido, agulha e linha, bandagens, analgésicos, antiinflamatórios e antibióticos, uma faca bem afiada, uma lanterna, uma colher, um garfo e um abridor de latas. É bom levar algo que o identifique. Pode ser importante no futuro, a não ser que você seja um condenado ou fugitivo da polícia.


Não gaste espaço com nada desnecessário. Roupas extras são perda de tempo, dinheiro não vai servir de nada, livros são inúteis e seu notebook só vai servir como peso.


Capítulo 3 - Escolhendo armas


Essa é uma das partes principais do manual. Acredite. Cedo ou tarde você vai ter que enfrentar um ou uma horda de Zumbis!

Você deve estar preparado com dois tipos de armas.

Inicialmente deve manter em sua posse algo como um pé de cabra ou um bastão de baseball. Como vai ser difícil achar um bastão no Brasil, fique com o pé de cabra mesmo. Também não tem um? Pegue então um martelo. Ajuda na hora do aperto. Um facão, uma picareta ou uma espada samurai também são valiosas aquisições, mas cuidado. A maioria das espadas encontradas são decorativas e não possuem corte.


Depois o outro tipo: Uma arma de fogo. Essa deve ser a sua primeira escolha numa batalha, pois pode eliminar a ameaça de longe. Procure as mais fáceis de carregar e encontrar munição. Se conseguir, mantenha mais de uma em sua posse. Tem espaço na mochila, lembram? Metralhadoras podem ser encantadoras, mas são difíceis de manejar e gastam munição rapidamente. Escolha pistolas calibres 38 e 45.

Você não tem uma arma? Vai ter que procurar. Quando a coisa estiver feia não vai ser difícil encontrar um cadáver de um policial. Se alguém não pegou antes, a arma deve estar lá.


Por fim e mais difícil, tente achar uma bomba. Algo como uma granada. Acha-se fácil em locais próximos ao exército. Mas essa arma não é prioridade. Só se estiver à mão. Pode ser muito útil ao enfrentar uma horda de zumbis.

Por fim, não esqueça de decorar o Protocolo Bluehand #142. É o básico do básico.

Use a criatividade:

Nem sempre as armas que você escolheu vão ser suficientes. Então use o terreno ao redor.Uma cadeira pode ser uma arma mortal nas mãos certas, ou pelo menos atrasar o zumbi. Um golpe certeiro com uma pá pode decapitar uma criatura. Uma furadeira penetra fácil no crânio do monstro.

Capítulo 3 - Procurando abrigo

Ok. O mundo está infestado de Zumbis. Para onde devo ir?

Num primeiro momento o mais inteligente é ficar num local onde conheça bem e que te dê possibilidade de uma fuga rápida. Ficar quietinho escondido é a melhor opção. Lembrem que nesse momento inicial todos estão desesperados tentando fugir. A chance de você ser morto por um humano em fuga é a mesma que morrer nas mãos de um zumbi.

Depois do caos inicial, as cidades grandes são a pior escolha. Quando maior o número de moradores, maior o número de zumbis. Além do mais, se o governo resolver usar uma bomba para incinerar os zumbis, as metrópoles serão as primeiras atingidas e você não vai querer virar churrasquinho.

Dê preferência ao campo. Casas isoladas e com boa visão do terreno em volta são a escolha ideal. E existe uma maior chance de possuirem geradores de energia, o que vai ser muit útil quando a energia elétrica acabar de vez. Como o brasileiro não tem o hábito de fazer porão nas casas, temos uma dificuldade a mais. Em compensação nossas casas são de tijolo, o que torna mais difícil das criaturas invadirem. Então tente achar uma com dois andares e fique no superior. Lembre de vedar as janelas com tábuas e trancar as portas.

A casa de campo pelo lago

Nunca acenda fogueiras. Se não atrair os Zumbis, podem atrair desabrigados indesejáveis em busca de ajuda.

Capítulo 4 - Meio de transporte

A maior parte do tempo você vai estar à pé mesmo, mas ter um meio de transporte rápido vai ser essencial. A primeira vista um carro fechado parece ser uma opção excelente, mas serão pouco úteis num ambiente pós apocaliptico. A maioria das estradas estará bloquada por destroços.

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A melhor escolha são as motos. Apesar da pouca proteção aparente, elas são mais ágeis e fáceis de desviar de possíveis obstáculos.


Além disso são mais econômicas em relação ao combustível.

Então se você não sabe pilotar uma moto, aprenda rápido!

Capítulo 5 - Endureça seu coração

Essa é a parte mais difícil. Se a coisa chegou num ponto extremo de infestação, essa é a hora de se livrar de sua humanidade.

Esqueça seu passado. Se seus entes queridos não estiverem com você, não vá atras. Eles provavelmente estão mortos numa hora dessas.

Não procure ajudar ninguém. Nos filmes as pessoas até encontram um bom lugar para se proteger, mas cometem o maior erro possível. Usam o coração. Você está lá... Num belo abrigo por meses a fio sem problemas até que aparece uma criancinha batendo na sua porta desesperada.

Quer um conselho? Deixe ela virar patê de zumbi, pois se você abrir a porta, quem vai virar rango de morto vivo é você. Atrás de uma pessoa viva sempre tem uns 10 zumbis. Além do mais, novas pessoas num grupo estável cria desinstabilidade e as coisas ficam imprevisíveis.


Considerações finais:


Depois que a situação inicial de pânico se acalmar e você esteja tentando sobreviver nesse mundo novo, fatalmente vai acabar fazendo passeios de reconhecimento. Conselho...Nunca entre numa casa despreparado. Pode ser morto por um zumbi escondido ou por humanos se escondendo.

Nunca subestime a ameaça zumbi. Um zumbi pode ser fácil de matar, mas esses bichos costumam andar em bando o que torna difícil de segurar.

Provavelmente você não vai passar todo o tempo sozinho. É mais provável que esteja num grupo tentando sobreviver. Isso é complicado. Pessoas diferentes tem opiniões distintas e a coisa pode ficar perigosa. Esteja sempre à frente e não exite em deixar o bando se perceber que eles estão comentendo erros vitais.

Num caso sem saída sempre vale tentar a loucura que fizeram no filme "Todo Mundo Quase Morto". Levante seus braços para a frente, faça cara de enjôo e saia andando cambaleando e gemendo. Os Zumbis podem te confundir com um deles e te deixar em paz!




Por fim a última dica.Mantenha sempre uma bala sobrando. Você pode pode querer usar em sí mesmo num momento de aperto. Afinal, você não vai querer se tornar uma das criaturas, vai?