quarta-feira, julho 26, 2006

O suicida nas religiões!


A inspiração para fazer este texto veio de um suicídio de uma garota relativamente conhecida na cidade em que moro que cometeu tal ato.
Sempre que algo assim acontece, muito se comenta e pouco se faz. Na verdade não há muito que se fazer. Independente dos motivos que a levaram a isso, sempre questionamos se foi um ato de covardia ou coragem. Tenho para mim que o suicídio é um misto de ambos.

É covardia de enfrentar os problemas conhecidos e coragem de enfrentar os novos problemas que virão.

Se é que virão.

Essa ambigüidade nos leva a outra dupla. O ceticismo e a religiosidade.

O suicida deveria obrigatoriamente ser cético. Se um suicida fosse religioso dificilmente se mataria, pois acreditaria que o pior ainda está por vir.

Então o se o cético tiver razão...Ele se deu bem. Depois da morte não existe mais nada. Acabou. Finito. Inexistência de alma e conseqüentemente de obrigações futuras no desenvolvimento da mesma.

O problema é que, por mais que se acredite em uma coisa, sempre vai ser crença. Ninguém tem provas do “depois”.

Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa: A visão de algumas religiões a respeito do suicídio.

  • Religiões cristãs e judaísmo:

Essas duas religiões condenam totalmente o suicida e é crime espiritual sem salvação.

No judaísmo o suicídio é um crime dirigido a Deus por que este ato faz com que o homem se declare senhor de sua própria vida. O suicida não é nem enterrado de acordo com ritual utilizado normalmente ("Kaddish") e é enterrado longe dos demais.

No cristianismo a alma do suicida vai direto para o inferno sem escalas e fica a disposição do Diabão

  • Budismo:

Sem entrar muito na descrição da religião (deixo para outra oportunidade), digamos que não existe um Deus ou deuses no budismo. O que vale é a iluminação espiritual de cada indivíduo. Buda não foi um deus e sim um humano que atingiu a máxima iluminação. Mesmo não havendo um ser supremo, a alma humana é muito valorizada. Então vamos para o suicida.

No budismo o que vale é o motivo do suicídio. Se foi um motivo honrado e a pessoa partiu sem mágoas ou ressentimentos, seu espírito está tranqüilo e poderá ir para a anrakukoku (Terra Pura...onde os budistas esperam ir depois da morte)

Já que uma morte com honra é válida, os budistas ficaram conhecidos na história das guerras por seus atos.

Os suicidas vietnamitas e os Kamikazes japoneses durante as guerras e a cerimônia do seppuku ( cerimônia suicida) dos samurais foram consideradas mortes honradas e sem penalidades para a alma dos indivíduos.


  • Candomblé:

Antes de falar do destino do suicida, precisamos conhecer um pouco de Exu.
O Exu é um Orixá (semelhante a um Deus) do candomblé. Ele é guardião entre os mundos material e espiritual. É o único orixá que poder caminhar entre esses mundos e, por isso mesmo, acaba sendo um mensageiro, levando os pedidos dos homens para outros orixás.
Suas cores são o vermelho e o preto e seu elemento é o fogo. Como o candomblé é muito parecido com a religião voodu (explanado no texto anterior do blag) também não existe uma separação efetiva do bem e do mal. O Exu lembra um pouco o Barão Samedi. Ele é que faz o trabalho sujo. Suas características acabaram o aproximando no sincretismo religioso com o diabo (erroneamente... é claro).

Então vamos para o Suicida... Após a morte, o suicida se reúne a outros mortos no séqüito de Exu. Assassinados, suicidas e pessoas que não foram muito boas em vida acabam no mesmo barco. Obrigatoriamente ficam unidos ao Exu por sete anos, vagando pelo mundo e ajudando em suas ações.

  • Islamismo:

Em tempos de terrorismo crescente no mundo o islamismo acabou ficando com uma marca negativa devido a atos isolados justamente de suicidas.

O Islamismo puro não é a favor do suicídio e o condena.

O problema é que existem as “brechas na lei”. Só dando um exemplo de outra religião sobre essas “brechas”, o catolicismo deixa bem claro em seus mandamentos o “não matarás”. Mas durante as cruzadas os soldados matavam, estupravam, roubavam e torturavam...Estavam, porém cobertos espiritualmente por uma Bula Papal que os absolvia por antecipação de todos os pecados cometidos durante a missão da igreja!

Voltando ao islamismo, o líder religioso tem o poder de absolver previamente os pecados cometidos pelos fiéis em função da religião. Numa guerra santa, se o suicida comete tal ato para matar infiéis, ele provavelmente será recompensado na outra vida. Mas o suicídio cometido como fuga de problemas mundanos é altamente condenado e o suicida provavelmente queimará durante a eternidade no mármore do inferno.

  • Espiritismo:

Para o espírita não existe necessariamente Céu e inferno. O que vale é a evolução da alma durante as diversas encarnações. Quando um indivíduo se mata, interrompe seu processo de evolução...Afinal, os problemas terrenos existem para que, ao enfrentá-los, o indivíduo se desenvolva.

“O suicida é qual o prisioneiro que se evade da prisão, antes de cumprida a pena; quando preso de novo, é mais severamente tratado.”

Para o espírita, a alma do suicida não está condenada eternamente...Sua alma, no entanto, tem sua evolução comprometida por um tempo indefinido.

Uma alma que desencarna antes da hora fica perdida em sua própria consciência e precisa de muita ajuda para retornar ao caminho da evolução.

  • Seitas diversas com suicídio coletivo:

Em 73 D.C., comandados por Eleazar Ben Yair, cerca de 960 zelotes judeus - homens, mulheres, inclusive crianças e anciãos - se mataram dentro de uma fortaleza construída no alto de uma rocha chamada Massada, região de Israel, para que o grupo revolucionário não fosse capturado pelo exército romano, ficando vivas somente duas mulheres e cinco crianças para contar a história.

Em 18 de novembro de 1978 , em Jonestow, uma aldeia no meio da selva da Guiana, mais de 900 pessoas morreram ao ingerir uma mistura de suco de laranja com cianureto. Os que se recusaram a beber o veneno foram assassinados. Este suicídio associado ao fanatismo religioso foi obra do pastor americano Jim Jones e sua seita, o Templo do Povo. O cadáver de Jim Jones foi encontrado ao pé de sua cadeira com um bala no crânio. A autópsia mostrou que não bebera o veneno. Foram contadas 275 crianças e 12 bebês entre os mortos.

Em setembro de 1985, nas Filipinas, a sacerdotisa suprema Mangay Anon Butaog matou seus fiéis com formicida para que todos vissem "a imagem de Deus".

Em 29 de agosto de 1987, na cidade de Yongin, Coréia do Sul, a sul-coreana Park Soon Ja, conhecida como "mãe benevolente", realizou um ritual macabro onde morreram 28 mulheres e quatro homens.

Em abril de 1993, em Waco, Texas, sudoeste dos EUA, um incêndio provocado pelos fiéis da seita Ramo Davidiano (dissidentes da Igreja Adventista do Sétimo Dia, separados dela desde 1934) destruiu o Rancho do Apocalipse, sede do culto liderado por Vernon Howell, que se intitulava a reencarnação de Cristo. Morreram mais de 80 pessoas, inclusive crianças, escapando nove fiéis vivos.

Em 1995, os seguidores da seita Ordem do Templo Solar morreram em um ritual de assassinato consentido seguido de suicídios.




Chegamos ao fim de mais um texto do nosso “Blag”. Peço perdão antecipadamente se escrevi algo errado a respeito das religiões e peço que me corrijam pois não tenho tanto conhecimento e pesquisei na Internet ( viva o google!!!)

Independente de questões religiosas...Pensamentos suicidas são muito comuns na mente das pessoas.É difícil encontrar alguém que diga que nunca pensou na possibilidade. É inclusive freqüente na adolescência devido a gama de emoções e paixões vividas nesta fase.
Mas acreditem quando eu digo...Não existe problema sem solução nem sentimento que não passe. Tudo é uma questão de dar tempo ao tempo. Quantas vezes na vida enfrentamos situações chatas na vida e , depois de alguns meses, até rimos daquilo? Lembra aquela vez no colégio que você até chorou por causa de uma prova pois tinha medo de tirar nota baixa? Não ficou para trás?
Todos Durante a vida enfrentam problemas sérios. Alguns familiares, outros financeiros, emocionais...aquela garota não gosta de mim...ohhhh vou me matar!!!!

Gente...enfrentem tudo com cabeça erguida e saiam por cima das situações.

Ame você mesmo acima de tudo!

sábado, julho 08, 2006

Voodu - escolha entre o bem e o mal!


Atendendo a pedidos vamos falar um pouco sobre essa religião mística que erroneamente é confundida como maligna devido às diferenças entre nossas culturas.

Não que não tenha algo de maligno, mas pense da seguinte maneira. Imagine que você acredita na bíblia. Então você crê que existe Deus e seu oponente, o Lúcifer ( Lulu para os íntimos). Então, você pode fazer o bem estando do lado de Deus ou fazer o mal estando do lado do Lulu. O bem e o mal estão bem delimitados.

Já na religião Voodu (Ou Vudu) a linha que separa o bem do mal é muito tênue. Tudo vai depender da sua necessidade do momento. Se você precisa fazer o bem para atingir seus objetivos então assim seja. Se o mal é mais importante naquele instante, opte por ele. O importante é o bem estar, conforto e felicidade do adepto.

A religião Voodu é africana e se disseminou na América com mais força nos Estados Unidos. O Voodu se assemelha bastante com o Candomblé. Neste nós temos os Pais e Mães de Santo. Naquele nós temos os Reis e as Rainhas. A Rainha por sinal tem mais poder do que o Rei...é uma religião matriarcal.

Por que vemos o Voodu como uma seita do mal?

Simples. Primeiro por que é uma religião vinda de negros escravos que viviam à margem da sociedade. Só isso já carrega uma mancha histórica difícil de tirar.

Em segundo lugar por que é completamente diferente da religião oficial da maioria dos brasileiros. Lembrem que até o candomblé é considerado uma seita demoníaca...e os adeptos nem acreditam na existência do demônio. As diferenças básicas entre o voodu e o candomblé são devido ao sincretismo religioso que os escravos foram obrigados a realizar para evitar maiores perseguições.

Por fim temos a mídia. Quantos filmes vocês já assistiram onde o voodu é usado apenas para o mal? Quando falamos de Voodu o que você lembra? Posso adivinhar?

A primeira coisa que lhe vem à mente é o famoso boneco voodu...Esse mesmo...O de espetar agulhas. Depois talvez você lembre de poções mágicas, sacrifício de galinhas, e zumbis.

Talvez o maior problema da “demonização” do voodu seja a condição social da maioria dos seus adeptos. Boa parte deles são extremamente pobres e acabam usando o lado “negro” com maior freqüência. Imagine que o Haiti , que é um país altamente carente, tem o voodu como religião oficial (declarada pelo presidente Jean Bertrand Aristides em 2003). A pobreza e a ignorância fazem com que muitos cidadãos desesperados façam qualquer coisa em benefício próprio, ainda mais de ordem material.

Vamos detalhá-la agora:

Quem são os deuses?

Os adeptos acreditam na existência de um Deus supremo ( que originalmente é chamado de Olorum mas acabou sendo chamado de Bom Dieu devido ao sincretismo), mas as divindades efetivas são grande números de espíritos denominados LOA. Estes podem ser aparentados a santos católicos, ancestrais deificados ou deuses africanos.

Entre os Loas podemos identificar o Legba, mediador entre o homem e os espíritos; o deus-serpente Damballah, fonte de virilidade e poder; Erzulie, dedeusa do amor, ciúme e vingança, e Guede, que, juntamente com auxiliares sinistros vomo o mal-afamado Barão Samedi, preside aos mistérios da morte e feitiçaria maligna.

Numa posição hierárquica inferior à dos deuses mais importantes encontram-se as divindades menores, por vezes denominadas deuses petro, e abaixo destes inúmeros espíritos, incluindo muitos anteriormente humanos.

Como é a cerimônia?

Tipicamente é realizado num sábado à noite num templo chamado de houmfor que consiste em um pequeno edifício onde ficam as relíquias sagradas, uma sala adjunta lateralmente aberta e um pátio ou clareira onde se reúnem os adoradores.

O sacerdote rei ( houngan) ou a rainha ( Mambo) inicia as cerimônias na sala exterior com suas preces características.

Depois desenha no solo os símbolos do loas que pretenda convocar.

Então os adoradores começam a cantar e dançar se entregando completamente à situação, podendo ou não oferecer sacrifícios aos deuses (normalmente galinhas ou cabras)

Se tudo correr bem alguns dos adoradores serão possuídos pelos loas clamados por alguns momentos ( costumeiramente se contorcendo e falando em línguas intelegíveis) e por fim tombarão ao solo ( sinal que os loas favoreceram a petição).

E o boneco vudu?

É um instrumento básico do voodu. Também pode ser utilizado para qualquer fim...seja bom ou ruim.

Basicamente deve ser feito pela pessoa que vai executar a magia e deve conter cabeça, tronco, membros e órgão genital, se for a representação de um homem, ou seios, se corresponder a uma mulher.

Para batizar o boneco é só amarrar o nome da pessoa de quem se quer influenciar ou amarrar algo pessoal( fios de cabelo, tecido de roupa usada...)

Depois é só preparar o leque de opções...se quiser fazer o mal esteja com um bom estoque de alfinetes, fósforos , serra elétrica, metralhadora...qualquer coisa para agredir o boneco!

Se quiser fazer o bem opte principalmente por orações e banhos de ervas .

E os Zumbis?

A existência dos zumbis faz parte dos aspectos mais secretos do voodu.

Bokos (semelhantes a feiticeiros) podem pedir ajuda ao Barão Samedi (aquele Loa porretão que cuida da morte e feitiçaria) e lançar uma maldição sobre alguém que acaba de morrer. Assim seu espírito é aprisionado e seu corpo é reanimado ficando sob ordens do feiticeiro servindo para sempre.


O vudu funciona?

Aí vem o aspecto da crença. Biologicamente o organismo humano é poderoso e muito se conhece sobre seu funcionamento básico. As interações entre a mente e o corpo é que são pouco conhecidas.

Quanta gente já ficou curada com cirurgias espíritas? Quantos católicos desenganados numa maca de hospital acabaram melhorando de seus males do dia para a noite após seus familiares terem feito promessas? Quanta gente já conseguiu encontrar o amor da sua vida depois de fazer um “trabalho” no candomblé?

Inúmeras! E se a cirurgia espírita ou a promessa católica não foi apenas um instrumento para o doente se sentir autoconfiante e seu organismo , por formas nãotão conhecidas, reagir a todas as aflições?
E se o trabalho do candomblé apenas fez com que a mulher ou o cara melhorasse a auto estima e passasse a se arrumar melhor e ficar mais confiante propiciando a vinda do novo amor?

O fisiólogo de Harvard Dr. Walter B. Cannon descreveu o processo através do qual um crente do vodu pode morrer de medo se pensa que foi amaldiçoado. O choque auto-infligido, com as consequentes deficiências circulatórias e quebra de fornecimento de oxigênio aos órgãos vitais, pode ser precipitado, afirmou o Dr. Cannon, pelo simples «poder fatal da imaginação agindo através do terror absoluto.


Então é isso....batemos novamente na tecla da “Fé ou ciência?”

Creia no que desejar!




Ps: Alguns bons filmes com o tema são:


A MALDIÇÃO DOS MORTOS-VIVOS

A CHAVE MESTRA